Hoje o dia é passado a tratar de coisas práticas como ir à Turkish Airlines verificar o estado do meu pedido de indemnização pelo facto de terem partido a minha mala na viagem de ida. Chegado à Turkish Airlines, descubro que a mala tinha sido colada pelo “melhor reparador de malas de Istambul”, algo que o funcionário da Turkish demonstrava com orgulho.
Perante a incredulidade da coisa, surge uma informação extremamente útil e que me faz tirar o foco da questão da “reparação da mala”.
- Já fez o teste Covid,
pergunta-me.
- Não, digo eu. Não precisamos de
teste para entrar em Portugal.
- Pode ser que não, mas precisa
para sair do Tajiquistão.
Aparentemente, e em lado algum
essa informação constava, é preciso ter um teste negativo para se sair do país!
E eis como uma mala partida se
mostra salvadora. Sem esta informação dada pelo funcionário da Turkish
Airlines, teria chegado às três da manhã ao aeroporto sem teste e perderia o
voo. Relembrar que a Turkish só voa para Dushanbe de Istambul duas vezes por
semana, pelo que isso teria implicado três dias mais no Tajiquistão. Não que me
importasse, mas o patronato não ficaria muito agradado!
Felizmente havia um laboratório
bem perto, pelo que uma zaragatoa depois estava despachado.
Durante o último dia deambulo
pela cidade e tento absorver o máximo possível da atmosfera da capital,
tentando não ficar demasiado nostálgico pela partida se aproximar.
Durmo pouco, o táxi chega,
leva-me ao aeroporto e aí tenho o meu último “Portugal? Ah, Cristiano Rounaldo!”
no controlo de passaporte. Não seria a mesma coisa sem o CR7!
O vôo parte às 05h25 e decorre
sem intercorrências de maior.
Na minha mente voam as mil e uma experiências vividas, os milhares de km percorridos, as montanhas, os vales, os rios, os fantásticos monumentos, mas acima de tudo as pessoas: a imensa gentileza de todos com quem me cruzei.
Ao Acmal, ao Lochin, à Guljon, à
Elina, ao australiano, ao CR7 que tantas portas me abriu e ao fantástico Alishir que me conduziu por milhares de
km, sempre disponível para parar para mais uma foto, só tenho a
agradecer. Sem vós, esta viagem teria sido completamente diferente e eu não
teria ficado o homem que fiquei após a ter completado.
Finalmente, ao Sr. Sadullo e à
Zarina. O Sr. Sadullo é um homem extraordinário, o qual fundou esta empresa de
turismo há trinta anos pouco após o colapso da URSS. Claramente um homem de
visão, ao qual agradeço a amabilidade e cortesia para comigo. A Zarina, sua filha e co-gestora da empresa, foi de uma disponibilidade
e carinho imensos, tendo sido a alma deste projecto. Incansável no sentido de
me permitir descobrir a sua cultura e as suas gentes, a ela devo esta aventura
imensa nos moldes em que ela ocorreu.
Rahmat, meus amigos...até um dia!