quarta-feira, 6 de abril de 2022

Dia 5 - tarde - visita ao Museu e Mercado

 

Colocamo-nos a caminho da mesquita e do mausoléu do Séc. XVI, a qual está muito degradada, mas alegadamente em reconstrução. Aliás, está em reconstrução é algo que tenho ouvido muito por aqui, mas ver alguém efectivamente a trabalhar na dita reconstrução é que nem por isso. Será por estarmos no Ramadão? Quando perguntei ao Acmal qual era o prazo previsto para estar pronto todo o novo complexo que inclui museu, etc e tal, a resposta foi: é um trabalho que se vai fazendo dia após dia…elucidativo!!!


Ao sairmos da mesquista vejo mais um grupo de crianças a caminho da escola. Estamos numa aldeia relativamente pobre, nada a ver com a capital Duchambe. Já me tinham dito que era costume os miúdos irem sempre de fato/vestido para a escola, mas pensei que fosse mais na capital. Estava profundamente enganado! Confesso que admiro imenso o esforço destes pais para que os seus filhos se apresentem na escola deste modo. Não deverá ser fácil.

Pergunto ao Acmal se seria levado a mal eu pedir para tirar uma foto deles, pois estavam muito elegantes, ao que ele me responde: tirará uma foto com eles. Venha!

Pedi para o Acmal lhes dizer que eu achava que eles estavam muito elegantes, o que os fez sorrir. Se o dia não estivesse já “ganho”, tê-lo-ia ganho aí!

Entretanto, a fome aperta e está na hora de procurarmos onde comer. Como estamos no Ramadão, encontrar onde comer fora da capital é complicado, mas depois de umas indicações lá damos com a coisa.

Clientes à vista: zero, empregados à vista, idem. Entretanto, aparece um responsável que nos diz que não estão a servir ao almoço, mas que nos preparará algo por sermos estrangeiros. O algo revelou-se frango feito de dois modos diferentes, uma salada de tomate e cebola e vários molhos tradicionais para acompanhar, sem contar com o pão local.

O local? Este!


Se repararem, à direita desta última foto existem umas cabaninhas. São salas de refeições privadas, o que me dizem ser muito comum nos restaurantes locais para os homens trazerem as suas segundas e terceiras esposas. Não é permitido casar oficialmente com mais do que uma, mas a se primeira aceitar, o homem pode casar-se religiosamente com mais duas, desde que possa dar o mesmo apoio financeiro a todas e a todos os filhos, independentemente de ser casamento oficial ou não.

Energias recarregadas e hora de ir para o museu nacional na capital, onde a Camila nos recebe e nos explica toda a História do Tajiquistão em uma hora. Como já perceberam pela crónica da manhã na Fortaleza de Hissar, é completamente impossível registar tudo, pelo que aproveito para consolidar alguns dos conhecimentos que o Acmal me tinha transmitido de manhã.

Para além de imensas peças fantásticas, a peça principal do museu é o buda deitado, um buda “original” que foi trazido de uma caverna a sul onde tinha sido esculpido há séculos para o museu. O tronco foi reconstruído, tal como a parte inferior da cabeça, mas o resto é original.

Dia comprido, o cansaço acumula-se, mas falta uma última paragem: o mercado. Creio que as fotos falam por si, embora a mistura de aromas no ar seja impossível de descrever!






Agora sim, depois da visita ao mercado, hora de dar o dia por terminado. Confesso que muita coisa ficou por contar nesta crónica, mas guardarei para uma crónica final onde falarei de vários temas soltos.

Até amanhã que o descanso chama por mim!

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