Colocamo-nos a caminho da mesquita
e do mausoléu do Séc. XVI, a qual está muito degradada, mas alegadamente em
reconstrução. Aliás, está em reconstrução é algo que tenho ouvido muito por
aqui, mas ver alguém efectivamente a trabalhar na dita reconstrução é que nem
por isso. Será por estarmos no Ramadão? Quando perguntei ao Acmal qual era o
prazo previsto para estar pronto todo o novo complexo que inclui museu, etc e
tal, a resposta foi: é um trabalho que se vai fazendo dia após dia…elucidativo!!!
Ao sairmos da mesquista vejo mais
um grupo de crianças a caminho da escola. Estamos numa aldeia relativamente
pobre, nada a ver com a capital Duchambe. Já me tinham dito que era costume os
miúdos irem sempre de fato/vestido para a escola, mas pensei que fosse mais na
capital. Estava profundamente enganado! Confesso que admiro imenso o esforço
destes pais para que os seus filhos se apresentem na escola deste modo. Não deverá
ser fácil.
Pergunto ao Acmal se seria levado
a mal eu pedir para tirar uma foto deles, pois estavam muito elegantes, ao que
ele me responde: tirará uma foto com eles. Venha!
Pedi para o Acmal lhes dizer que
eu achava que eles estavam muito elegantes, o que os fez sorrir. Se o dia não estivesse já “ganho”, tê-lo-ia ganho aí!
Entretanto, a fome aperta e está
na hora de procurarmos onde comer. Como estamos no Ramadão, encontrar onde
comer fora da capital é complicado, mas depois de umas indicações lá damos com
a coisa.
Clientes à vista: zero,
empregados à vista, idem. Entretanto, aparece um responsável que nos diz que
não estão a servir ao almoço, mas que nos preparará algo por sermos
estrangeiros. O algo revelou-se frango feito de dois modos diferentes, uma
salada de tomate e cebola e vários molhos tradicionais para acompanhar, sem
contar com o pão local.
O local? Este!
Se repararem, à direita desta
última foto existem umas cabaninhas. São salas de refeições privadas, o que me
dizem ser muito comum nos restaurantes locais para os homens trazerem as suas
segundas e terceiras esposas. Não é permitido casar oficialmente com mais do
que uma, mas a se primeira aceitar, o homem pode casar-se religiosamente com
mais duas, desde que possa dar o mesmo apoio financeiro a todas e a todos os
filhos, independentemente de ser casamento oficial ou não.
Energias recarregadas e hora de
ir para o museu nacional na capital, onde a Camila nos recebe e nos explica
toda a História do Tajiquistão em uma hora. Como já perceberam pela crónica da
manhã na Fortaleza de Hissar, é completamente impossível registar tudo, pelo
que aproveito para consolidar alguns dos conhecimentos que o Acmal me tinha
transmitido de manhã.
Para além de imensas peças
fantásticas, a peça principal do museu é o buda deitado, um buda “original” que
foi trazido de uma caverna a sul onde tinha sido esculpido há séculos para o
museu. O tronco foi reconstruído, tal como a parte inferior da cabeça, mas o
resto é original.
Dia comprido, o cansaço
acumula-se, mas falta uma última paragem: o mercado. Creio que as fotos falam
por si, embora a mistura de aromas no ar seja impossível de descrever!
Agora sim, depois da visita ao
mercado, hora de dar o dia por terminado. Confesso que muita coisa ficou por
contar nesta crónica, mas guardarei para uma crónica final onde falarei de
vários temas soltos.
Até amanhã que o descanso chama
por mim!
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